O
Pentecostes na tradição judaica significa “o quinquagésimo dia”, referindo-se à data do êxodo dos Judeus do Egito até a inscrição dos dez mandamentos no Monte
Sinai pelo profeta Moisés. O Pentecostes coincide também com as festividades da
colheita pelos Judeus com duração de sete semanas a partir da Páscoa. Para os
cristãos o Pentecostes significa a descida do Espírito Santo aos apóstolos
quando estavam reunidos em Jerusalém em oração na forma de Línguas de Fogo que
caiam sobre cada um deles conferindo a eles o dom de falarem em línguas
estrangeiras de forma que falavam à multidão ali reunida na língua de cada um
que estava ali presente. Na verdade, o Pentecostes marcou o início da pregação
dos apóstolos da Doutrina do Cristo. O fenômeno das línguas de fogo deve ser
entendido atualmente como uma manifestação incontestável da mediunidade e que
recebeu o nome de “Xenoglossia”, isto é, o dom de uma pessoa dotada de mediunidade
falar em diferentes línguas sem que as conheça. Quem tem algum conhecimento
sobre o fenômeno mediúnico sabe que os espíritos podem falar através dos
médiuns em sua própria língua sem que seja conhecida pelo médium. É importante
salientar que o fenômeno mediúnico está ligado ao próprio indivíduo e não
pertence a nenhuma religião em particular. Mesmo pessoas sem qualquer filiação
religiosa podem ter o dom da mediunidade, isto é, a faculdade de se comunicar
com o mundo espiritual estando ainda no corpo físico. Desta forma, o
Pentecostes é uma manifestação inequívoca da mediunidade dos apóstolos. A
mediunidade dos apóstolos não se circunscreveu somente ao dia de Pentecoste,
mas durante todo o tempo de pregação nas manifestações mais variadas como a
visão de quadros no mundo espiritual, a cura de enfermos pela imposição das mãos,
a escrita de cartas e mensagens e das vozes que ouviam dos espíritos
protetores. De forma que o Pentecostes é uma manifestação patente e ostensiva
do fenômeno mediúnico apresentada pelos apóstolos no início da pregação do Cristianismo.
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