segunda-feira, 28 de setembro de 2015

JESUS E NICODEMOS


O diálogo entre Jesus e Nicodemos representa a sabedoria ante a ignorância; a luz frente à escuridão; o Divino diante do humano e a renovação perante a tradição retrógrada. Jesus representa a presença de Deus entre os homens e Nicodemos personaliza os conceitos arcaicos e ultrapassados de um povo orgulhoso apegado à tradição dos antigos. Todavia, deste memorável diálogo veio à tona não somente o esclarecimento às dúvidas do Doutor da Lei, mas o esclarecimento para toda a humanidade das leis fundamentais da Criação. Quando Jesus disse que era preciso nascer de novo para alcançar o Reino de Deus queria se referir ao nascimento terreno por meio da gestação como todo o ser humano. Tanto isso é verdade que Nicodemos não entendia como ele seria gerado de novo se já era idoso e fez a pergunta de quem nada entendia desse assunto de como ele faria isso, se deveria entrar no ventre de sua mãe novamente. Assim como Nicodemos se comporta hoje a maioria dos adeptos das religiões cristãs, esquecendo-se do memorável ensinamento do Cristo ou deturpando-o a fim de justificar outros interesses que não a verdade. Está explícito e patente nesse inolvidável diálogo que Jesus se referia tacitamente à reencarnação. Como pode um espírito progredir moral e intelectualmente  a tal ponto de poder entra no Reino de Deus tendo vivido somente uma única existência? Ora, é do conhecimento corriqueiro de que o progresso intelectual e moral de qualquer  pessoa é um empreendimento demorado, exigindo de cada um muito esforço, perseverança e tempo disponível o que não é possível em uma única existência. Somente pelas experiências das vidas sucessivas é que o espírito humano vai paulatinamente adquirindo conhecimento e aperfeiçoamento moral para alcançar o progresso desejado por Deus a fim de poder usufruir da felicidade do seu Reino.

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