Onde estão
as vozes que ecoaram neste país em tempos remotos e que o transformou numa
nação independente? Onde estão os brados heróicos que incentivaram um povo a
lutar pela sua liberdade? Não se ouve mais nada, um silêncio lúgubre abafou a
voz dos poucos patriotas que surgiram neste país. Como gostaria de estar às
margens do Ipiranga no glorioso setembro e ouvir a voz de Dom Pedro I
“Independência ou morte”. Como gostaria de estar no julgamento de Tiradentes e
ouvir de sua voz “Liberdade ainda que tardia”. Como gostaria de ouvir a voz do
Almirante Barroso durante a guerra do Paraguai: “O Brasil espera que cada um
cumpra o seu dever”. Como gostaria de estar no Senado Federal e ouvir a voz de
Rui Barbosa: “Chegará um tempo em que o homem terá vergonha de ser honesto”.
Mas guardo comigo a lembrança viva quando o povo saia nas ruas gritando com
entusiasmo: “Diretas já”. Mas há muito tempo não se ouve mais nada. Um silêncio
de morte cobre toda a nação. O povo parece estar alienado das obrigações no que
diz respeito aos seus direitos e deveres. Na Roma antiga os imperadores
distraiam o povo com divertimentos no Circo de Roma para que pudessem governar
com arbitrariedades de todo gênero sem que houvesse qualquer revolta do povo.
Aqui no Brasil a situação é a mesma só que ao invés do circo temos carnaval e
futebol, além das esmolas camufladas de bônus. Já é hora para acordar para a
nossa realidade e pelo menos ter a consciência de se dar ao trabalho de melhor
escolher os candidatos que irão governar este país.
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