Aprendemos
desde a infância que ter fé é acreditar em alguém superior a nós em quem depositamos
a nossa confiança e esperança de
conseguirmos o que desejamos num dado momento importante para nós. Assim confiamos
em nossos pais quando crianças; em nossos mestres que nos ensinam a termos fé
em nós mesmos e também no futuro quando almejamos alcançar alguma realização.
Todavia, a fé que queremos nos referir é a fé em Deus, quem para nós representa
o que há de mais excelso e de maior poder que um ser humano possa imaginar,
ainda que de modo muito imperfeito devido às nossas limitações para entender o
que foge à nossa compreensão intelectual. Contudo, se não podemos compreender
Deus pelo intelecto podemos senti-lo pela intuição e pelo bom-senso. Não
conhecemos o autor, mas conhecemos a sua obra o que é suficiente para imaginar
a sua grandiosidade. Ora, para termos fé em Deus é necessário acreditarmos em
sua existência e na sua presença através de sua obra. A fé só é possível quando
entendemos aquilo em que acreditamos, pois a fé cega nada mais é do que aceitar
uma condição que não conhecemos, por imposição, por comodismo ou por ignorância
e, portanto, sem nenhum valor para ninguém, pelo contrário, a fé cega leva ao
fanatismo que gera toda espécie de desajustes e violências sociais. Então
podemos dizer que a verdadeira fé é fruto de nossa convicção assentada na
lógica e na vivência diária frente às experiências da vida. Uma fé apenas
erigida para nós mesmos não têm a mesma solidez de uma fé ativa, isto é, a fé que nos leva a
demonstrar na prática diária o que acreditamos. Os primeiros cristãos
demonstravam a sua fé enfrentando as feras no circo de Roma na convicção de que estariam com Jesus
depois do sacrifício. Hoje em dia não cabe mais este tipo de sacrifício, mas o
de suportar o sarcasmo dos incrédulos e materialistas; de encarar com otimismo
os revezes da vida e de acreditar que a morte é apenas libertação para aqueles
justificaram a sua fé na edificação do bem na Terra.
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