Há dois mil
anos que temos as informações do nascimento de uma criança na cidade de Belém
na Judéia que foi batizada com o nome de Jesus e veio a este mundo trazer
pessoalmente uma mensagem de Deus para a salvação dos homens. O conhecimento da
pessoa de Jesus e seus ensinamentos foram-nos dados pelos seus apóstolos e
discípulos compilados na sua maior parte em seu Evangelho.
Poucas informações se têm da pessoa de Jesus, apenas alguns
relatos de sua infância e posteriormente os seus três anos de vida pública,
assim mesmo muito sucintas. Na verdade, conhecemos muito pouco da pessoa de
Jesus no que se refere à sua origem, a sua hierarquia espiritual e onde ele
está agora. Para a maioria das religiões cristãs Jesus é o filho de Deus, o que
está absolutamente correto, todavia não sabem o significado desta afirmação e
muito menos a natureza espiritual de Jesus. Na minha apresentação anterior: “
Reino Divino” demos alguns esclarecimento a respeito desse Reino e os seres
divinos que aí se encontram. Esses seres divinos recebem este nome por terem a
sua origem dentro da maior proximidade de Deus que se possa imaginar e também
por terem a sua centelha vital da mesma natureza da de Deus. Agora, voltando à
natureza divina de Jesus é porque ele tem a sua centelha de vida da mesma
essência da de Deus, por essa razão ele é chamado de Filho de Deus, ao passo
que nós somos espíritos criados por Deus e, portanto, a natureza de nossa
centelha vital é espiritual e não divina. Essa diferença é importante porque se
tratam de duas criações distintas, uma divina e outra espiritual. Portanto, por
mais que um espírito humano possa se aperfeiçoar nunca chegará a ser outra
espécie a não ser um espírito perfeito dentro da perfeição estabelecida por
Deus, ao passo que os seres divinos foram criados puros e perfeitos em sua
própria origem. Por isso, Jesus afirmava que ele e o pai eram um só e que
depois de sua morte voltaria ao pai. Isso explica o mistério da “Santíssima
Trindade”, isto é, “ Deus pai, o Filho e o Espírito Santo”. Deus pai é o
Criador da vida, do universo e de todos os seres que nele existem. O Filho é
Jesus Cristo e o Espírito Santo é também um ser divino igual a Jesus. A
diferença entre Jesus e o Espírito Santo é de atuação, isto é, Jesus
personifica o amor de Deus e o Espírito Santo a sua justiça. Na criação de Deus o amor e a justiça são inseparáveis. Por isso Jesus dizia em suas prédicas que os
pecados cometidos contra o Filho de Deus seriam perdoados, mas contra o
Espírito Santo não, isto é, o amor perdoa sempre, mas a justiça é infalível.
Muitas religiões cristãs afirmam que Jesus voltará para julgar a humanidade, o
que não é verdade, pois a missão de Jesus foi ensinar o amor aos homens para
que pudessem por ele alcançar a salvação, portanto, o julgamento da humanidade
será feito pelo Espírito Santo ou de seu enviado conhecido e referido no
Evangelho como o “Filho do Homem”. Devemos distinguir claramente a diferença
entre o filho de Deus e o filho do homem, porque são bem distintos um do outro.
Até mesmo os apóstolos muitas vezes confundiam essa distinção e usavam
indiscriminadamente o nome do filho do homem para se referirem a Jesus. No
evangelho de Jesus existem passagens em que fica bem claro a distinção entre ao
filho de Deus e o filho do homem. Quando Jesus se referiu ao julgamento da
humanidade ele disse textualmente: “ Quando vier o filho do homem em sua
majestade, acompanhado de todos os anjos se assentará no trono de sua glória e
reunidas todas as nações diante dele separará uns dos outros como um pastor separa
os bodes das ovelhas e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua
esquerda............”. Por esse enunciado de Jesus fica claro que ele se
referia a outra pessoa e não a ele mesmo. Temos que aceitar os desígnios de
Deus quando fez a Criação preenchendo-a com uma infinidade de seres destinados
por Ele a cumprirem um propósito bem definido para cada um dentro da Criação.
Assim, para harmonia e desempenho da Criação cada ser criado deve cumprir com o
que lhe foi atribuído por Deus sem se julgar melhor ou pior que os outros seres
porque para Deus são todos iguais, isto é, obra do seu amor.
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