O esmalte
dentário de um dente adulto totalmente calcificado é constituído na sua quase
totalidade por substâncias inorgânicas e uma diminuta fração pela água e
substâncias orgânicas. Se considerarmos a proporção na base de peso o esmalte
possui em média 97% de substâncias inorgânicas e 3% de água e substâncias orgânicas. Contudo essa
proporção não traduz a realidade entre esses componentes em virtude da elevada
densidade do esmalte com relação aos outros componentes. Uma proporção mais
condizente deve ser baseada na relação entre os volumes de seus componentes.
Assim os componentes inorgânicos ocupam aproximadamente 80% e a água e
substâncias orgânicas 20%.
As substâncias
inorgânicas do esmalte, para efeito prático, se resumem nos cristais de hidroxiapatita que é um fosfato de cálcio que contém em sua estrutura íons hidroxila. Esses cristais se agrupam em feixes de forma ordenada conhecidos
como prismas do esmalte. É importante de se salientar o papel fundamental da
água e das substancias orgânicas na estabilização estrutural e funcional do
esmalte. Isso é tão evidente que, embora
ocupando uma diminuta fração a sua ausência torna o esmalte totalmente friável e quebradiço, desorganizando-se por si mesmo. Por esse fato é que tanto a
qualidade , a quantidade e a relação entre esses componentes é de fundamental
importância para a manutenção da integridade do esmalte. Considerando que
durante a evolução dos seres vivos a natureza gastou milhões de anos para o
aperfeiçoamento dos dentes em suas diversificadas espécies torna-se muito
evidente que o dente humano como conhecemos hoje adquiriu a melhor estrutura
possível para exercer as suas funções. Isto significa que tanto a sua estrutura
como a relação entre seus componentes é a melhor possível para manter um dente saudável
e resistente. Ora, quando se modifica essa estrutura natural por outra
diferente pela introdução de elementos ou radicais químicos , contrariando a
própria natureza, é de se esperar que o produto resultante não pode ter as
mesmas qualidades excelentes do que a natural. Então vejamos o que acontece com
a prática odontológica de introduzir o flúor no interior do cristal de
hidroxiapatita transformando-o quimicamente em fluorapatita. Alegam
aqueles que são favoráveis a esse procedimento que os cristais de fluorapatita
são mais resistentes à dissolução ácida do que a hidroxiapatita e, portanto,
mais resistente à cárie dentária. Em primeiro lugar temos que entender que a
modificação dos cristais naturais de hidroxiapatita altera também a sua estrutura
como o seu relacionamento com a água e com as proteínas do esmalte. Ora se a
natureza concebeu depois de milhões de anos de aperfeiçoamento essa estrutura
como sobrepujar a própria natureza? Por outro lado não sabemos também como fica
o relacionamento dos cristais de fluorapatita com a água e as proteínas que são
altamente seletivas em suas ligações iônicas e também não se pode substituir
totalmente os cristais de hidroxiapatita por fluorapatita. Então temos uma
estrutura que antes era natural e eficiente e agora um esmalte misto sem um
padrão estrutural único.
Por outro
lado é importante de se considerar o critério de etiologia da cárie a fim de se
poder avaliá-la num contexto geral. Em primeiro lugar a cárie dentária tem uma
etiologia sui generis, isto é, para que se estabeleça a cárie dentária há necessidade
que os vários fatores extrínsecos e intrínsecos ao dente ajam conjuntamente. De
forma que a dissolução da hidroxiapatita da superfície do esmalte é apenas uma
das fases do processo patológico e não a única e nem a mais importante. Existem
muitas maneiras de se prevenir a cárie sem que se tenha que alterar a
estrutura química do dente.
PARABENS !!! Primeira pessoa sensata que explanou de forma simples o óbvio !!!
ResponderExcluirPARABENS !!! Primeira pessoa sensata que explanou de forma simples o óbvio !!!
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