quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA


A peregrinação do ser humano pela Terra se assemelha ao curso de um rio; nasce de uma fonte e aos poucos vai se avolumando até formar um riacho e com o tempo um rio caudaloso que segue o seu destino até o final de seu curso quando desaparece nas águas do mar. Neste percurso entre a fonte e o mar deve atravessar solos que lhe imprimem modificações tanto em seu curso quanto na qualidade de suas águas. Muitas vezes deve arrastar consigo troncos e galhos; lama; areia e sujeira que lhe são atiradas, transformando suas águas, antes limpas, em imundícies; outras vezes deve percorrer corredeiras apinhadas de pedras pontiagudas; outras vezes despencar-se em desfiladeiros de grandes alturas para reiniciar mais abaixo o seu curso e finalmente se dissolver no mar. Todavia, qual seja o rio, ele nasce de águas límpidas da fonte e por um período de tempo do seu percurso mantém ainda a limpidez original que corresponde ao período da infância de todos nós. Somente quando adentramos a maturidade é que essas águas se turvam tanto pelos caminhos que escolhemos quanto pelas imundícies que nos são atiradas. Mas, independente do trajeto que percorremos em nossa existência, teremos que no final do curso nos entregarmos ao mar da vida.

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