segunda-feira, 1 de setembro de 2014

FLÚOR E EXCITOXICIDADE DO GLUTAMATO


Receptores De N-Metil-D-Aspartato (Complexo Receptor de NMDA-Ionóforo; Receptores NMDA)

Classe de receptores ionotrópicos do glutamato caracterizados pela afinidade pelo N-metil-D-aspartato. Os receptores NMDA possuem um sítio alostérico de ligação para a glicína que deve ser ocupado para a abertura eficiente do canal e um sítio dentro do próprio canal ao qual se liga o íon magnésio de maneira dependente de voltagem. A dependência de voltagem positiva da condutância do canal e a alta permeabilidade de condutância ao íons cálcio (bem como para cátions não covalentes) são importantes na excitotoxicidade e plasticidade neuronal.
Os neurotransmissores, substâncias responsáveis pela transmissão do impulso nervoso pelos neurônios, dividem-se basicamente em duas classes: Neurotransmissores excitatórios e neurotransmissores inibitórios. No caso particular da condição de excitotoxicidade, isto é, um estado excessivo de estímulo neuronal, os neurotransmissores envolvidos nas sinapses passam a ter um efeito tóxico sobre os neurônios comprometidos quando em concentrações elevadas que superam o seu controle pelos neurônios e pelas células gliais, particularmente os astrócitos. Neste caso em particular, vamos considerar a excitotoxicidade do glutamato, por ser a mais comum e ter conseqüências desastrosas para os neurônios, com a possível morte celular. O glutamato é um importante neurotransmissor, pois está envolvido não somente em promover a velocidade do impulso nervoso como a de controlar a entrada de cátions para a célula, particularmente o cálcio e de manter a plasticidade do neurônio entre outras funções importantes da fisiologia cerebral. Durante a liberação das moléculas de glutamato pelas vesículas pré-sinápticas, promovida pelo impulso nervoso, essas moléculas atuam rapidamente sobre os recptores pós-sinápticos dando seqüência ao impulso nervoso e sendo também rapidamente reabsorvidos pelos astrócitos e pelos neurônios pré-sinápticos a fim regularizarem a concentração dessas moléculas na sinapse como também a de reabastecer do estoque do glutamato pelas vesículas da pré-sinapse. Com relação à ação tóxica do flúor sobre os neurônios podemos considerar duas situações: A primeira a ação do íon fluoreto agindo sobre algumas enzimas neuronais e, particularmente sobre a ativação da adenilciclase via G-proteina dos receptores neuronais. A segunda, mais eficiente, é a inibição da síntese de ATP pela ATP sintase mitocondrial pelo – fluoroaluminato. O fluoreto atua também na membrana neuronal aumentando o influxo de cálcio para o citosol celular. A somatória final da ação do fluoreto sobre os neurônios resulta num desequilíbrio do metabolismo celular com produção de radicais livres, espécies de oxigênio reativas (ROS) e liberação do glutamato em concentração tóxica para a célula. (Clique na imagem para aumentar o seu tamanho).



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