Finados, um
dia marcado por dolorosas lembranças e saudades daqueles que já partiram e
deixaram em seu lugar gratas recordações e um vazio ao nosso lado. Embora a
morte seja um evento absolutamente normal, como uma lei da natureza que rege
todos os seres vivos, nem por isso deixa de ser sentida como uma separação
dolorosa e muitas vezes de profunda tristeza. O que pode consolar uma viúva
deixada repentinamente sozinha no mundo à mercê da caridade alheia por ter
perdido o arrimo e o sustento de sua vida? O que pode ser mais doloroso de ver
crianças órfãs que mal conheceram os pais deixadas aos revezes do mundo? O que
pode ser uma dor mais cruciante de uma mãe que perde o filho querido na força
da juventude, da noite para o dia? Assim entendemos o quanto a morte traduz em
dor e sofrimento para todos nós que ainda vivemos na Terra. Por outro lado, se
procurarmos entender a morte apenas como uma mudança de plano existencial e que
a separação que nos acarreta é apenas temporária, tendo a convicção que a vida
continua depois da morte e que nos reuniremos mais tarde com aqueles que já
partiram, então, aceitaremos com mais naturalidade e resignação a separação
ditada pela morte. Na verdade a existência terrena é passageira, mesmo que dure
um século, porque em determinado trecho de nossa vida teremos que partir também
para o outro mundo a que chamamos erroneamente dos mortos. Todavia é justa e
meritória as homenagens e reverências que se prestam aos que partiram, porque,
inevitavelmente, um dia estaremos na mesma condição deles.
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