A SEGUNDA MORTE
" A segunda morte significa a perda de todos corpos espirituais e também da própria consciência do espírito que volta ao seu estado de origem como germe ou semente espiritual para iniciar uma nova jornada evolutiva em outro planeta."( Carlos Eduardo Pinheiro)
Ao estudarmos
a obra Na Luz da Verdade, de Abdruschin, constatamos que a
permanente boa vontade em todos os pensamentos e ações desencadeia um círculo
virtuoso, trazendo completa libertação a quem estava acossado pelo mal,
protegendo-o, com eficácia cada vez maior, de voltar a cair nos mesmos erros e
pendores.
Essa é a
única maneira de se libertar do mal aderido à alma. A chave da liberdade atende
pelo nome de perseverança. Só quem persevera no caminho do bem, quem nele
persiste a despeito das muitas tentações e das influências das centrais de maus
pensamentos e de baixas intuições, poderá, pouco a pouco, lentamente, limpar
sua alma de toda a sujeira nela aderida na atual vida e também em anteriores. É
o próprio espírito humano, portanto, que deve proceder à limpeza de seu
invólucro fino-material — a sua alma; é ele mesmo, portanto, que deve lavar as suas vestes.
Esse lavar-se da culpa é não apenas uma
atividade desejável, mas mesmo imprescindível a quem deseja subsistir
espiritualmente ao Juízo Final, que se encontra em plena efetivação. Não foi
por outro motivo que o Filho de Deus disse: "Em verdade, em verdade vos
digo: se alguém guardar a minha Palavra, nunca verá a morte." (Jo8:51).
Ele se referia aí à morte espiritual, ou a “segunda morte” mencionada no livro
do Apocalipse (Ap2:11; 21:8).
Somente
aquele que guardar a Palavra de Jesus
não verá a morte, está escrito. Tal ser humano então não verá a morte eterna…
Essa morte eterna, ou morte espiritual, é a desintegração do espírito humano, a
total extinção de sua personalidade consciente, do seu “eu” individual adquirido
em suas peregrinações no aquém e no além. É o que de
http://library.com.br/pedrasverdade/ensaios/segundamorte.htm 1/4
mais terrível
pode atingir um espírito humano que já tenha adquirido uma consciência pessoal.
A morte
espiritual é a ruína eterna, a condenação, que significa estar permanentemente
desligado da Luz primordial, de Deus, desprovido eternamente da consciência do
existir, ficando para todo o sempre apartado do Senhor, conforme transparece
nessa outra frase bíblica: "Eles serão punidos com a ruína eterna, longe
da face do Senhor" (2Ts1:9). É este o horroroso fim reservado a todos os
que se deleitam com o fruto da árvore
do conhecimento, isto é, os que fazem do raciocínio sua mais sublime divindade.
O livro do Apocalipse também diz que a esses nunca mais lhes será facultado
comer do "fruto da árvore da vida, reservado aos vencedores" (Ap2:7).
A condenação
eterna consiste na extinção definitiva da já angariada forma espiritual humana,
que se decompõe, desaparecendo assim também, para sempre, a consciência do “eu”
espiritual, visto que essa forma só pôde surgir com o paulatino desenvolvimento
da consciência. Dessa possibilidade podemos nos distanciar cada vez mais na
exata medida dos nossos esforços em viver em conformidade com as leis que
governam a Criação.
A Bíblia
fornece indicações muito claras, muito nítidas a respeito desse assunto. É até
surpreendente que os muitos estudos de exegese e hermenêutica bíblicos não
tenham encontrado o real significado dessas passagens. Surpreendente e
lamentável também, porque se os pesquisadores e fiéis cristãos tivessem
compreendido a real gravidade dessas frases, muitos certamente procurariam
modificar com empenho sua errônea sintonização interior, buscando ajustar-se
aos ditames prescritos pelas leis primordiais da Criação.
Os ditos
“vencedores” mencionados no livro do Apocalipse são aqueles seres humanos que
se desenvolveram de modo certo na Criação, ficando, portanto, livres da
condenação, ou da segunda morte, passando bem longe dela: "A segunda morte
não tem poder sobre eles" (Ap20:6); "O vencedor não será atingido
pela segunda morte" (Ap2:11). São eles os que foram "inscritos no
Livro da Vida do Cordeiro" (Ap21:27), e que por isso se tornaram
capacitados a reingressar no Paraíso, onde poderão "viver
eternamente" (Gn3:22).
http://library.com.br/pedrasverdade/ensaios/segundamorte.htm 2/4
Por terem
sido vencedores do mal, foi-lhes assegurado que seus nomes permaneceriam
registrados nesse chamado Livro da Vida: "Os vencedores, vestidos de
vestiduras brancas, jamais terão seus nomes apagados do Livro da Vida"
(Ap3:5). Essas “vestiduras brancas”, por sua vez, são as almas limpas desses
vencedores, que foram lavadas por eles próprios. São eles, também, as
ovelhas que assimilaram no íntimo a
Palavra do pastor, e que por isso não morrerão espiritualmente: as
"ovelhas que ouvem a voz do pastor, e que jamais perecerão
eternamente" (Jo10:27,28). É, portanto, exclusivamente a todos esses fiéis
vencedores que assiste o direito à árvore da vida, a coroa da vida eterna, pois
eles lavaram as suas vestes de toda a
culpa, ou seja, suas almas: "Felizes os que lavam as suas vestes, para terem direito à árvore da vida"
(Ap22:14).
Observe-se,
mais uma vez, que os espíritos humanos vencedores lavaram, eles mesmos, as suas vestes, isto é, eles próprios limparam suas almas da sujeira do pecado, pois a alma
é propriamente a veste do espírito, assim como o corpo terreno é a veste da
alma. Em latim, alma é anima, palavra
que indica a vitalidade interna de uma pessoa, isto é, aquilo que “anima” e
incandesce o ser humano terreno, ou, melhor dizendo, que vivifica seu corpo de
matéria grosseira.
A concepção
de “alma suja”, aliás, já era bem conhecida na Antiguidade. No Primeiro Livro
de Macabeus, após a profanação do Templo de Jerusalém feita pelo rei sírio
Antíoco IV Epífanes, está dito que ele ordenara que os filhos da terra "se
tornassem abomináveis" (1Mc1:48). No original hebraico está literalmente:
"que manchassem as suas almas", algo muito mais grave para os hebreus
do que uma simples impureza física, e que demandaria a necessidade de a própria
pessoa depois lavar-se interiormente,
isto é, purificar sua alma manchada.
No Novo
Testamento, também vemos como alguns Coríntios que viviam em pecado igualmente
se deram a esse trabalho indispensável de lavar suas próprias almas da
imundície do pecado: "Tais foram alguns de vós [pecadores], mas vós vos
lavastes, (…) e fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo"
(1Co6:11), asseverou o apóstolo Paulo. Aqueles Coríntios, portanto, só puderam
ser justificados porque eles mesmos lavaram suas almas do pecado. Em sua
segunda carta a essa comunidade, Paulo os exorta a prosseguirem
http://library.com.br/pedrasverdade/ensaios/segundamorte.htm 3/4
nesse
trabalho de purificação: "Caríssimos, purifiquemo-nos de toda mancha do
corpo e do espírito" (2Co7:1). Também o profeta Isaías já transmitira em
sua época essa ordem clara do Senhor, para que cada pecador se lavasse, ele mesmo, de suas faltas:
"Lavai-vos, purificai-vos! Tirai da minha vista as vossas más ações!
Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem!" (Is1:16,17).
Tão somente
os que passam a viver de acordo com a Palavra da Verdade são capazes de se
limpar da sujeira do pecado, e desse modo portarem novamente "vestiduras
brancas" (Ap7:13), isto é, trazerem novamente purificadas as vestimentas
de seus espíritos, ou seja, suas almas. Pois com isso eles efetivamente as
"alvejaram no sangue do Cordeiro" (Ap7:14), isto é, passaram a viver
de acordo com os ensinamentos de Jesus e assim limparam suas almas da sujeira
do pecado. Jesus foi o "Verbo tornado carne" (Jo1:14), que teve seu
sangue derramado em prol da Verdade de sua Mensagem. Note-se, mais uma vez, que
foram eles mesmos que se lavaram de seus próprios pecados ao viverem segundo a
Palavra. Em outras palavras, "pela
obediência à Verdade, purificaram suas almas" (1Pe1:22).
A obediência
irrestrita à Verdade purifica a alma e livra o ser humano que se esforça em
ascender de sucumbir nos horrores da morte espiritual.
SOBRE O AUTOR
Roberto C. P. Junior é espiritualista, mestre em
ciências e autor dos livros: Vivemos os Últimos Anos do Juízo Final, Visão Restaurada das Escrituras, O Dia Sem Amanhã, Capotira, Jesus Ensina as Leis da Criação e O Filho do Homem na Terra, os três últimos disponíveis em edição
impressa.
Roberto é
membro da Ordem do Graal na Terra e autor de
vários artigos de cunho filosófico disponíveis no site Library.
Nenhum comentário:
Postar um comentário