O espírito humano que peregrina por este planeta não se
encontra aqui por acaso ou um mero produto das leis naturais da vida, mas ao
contrário, possui um propósito bem definido, qual seja o de sua própria
evolução, traduzida no aperfeiçoamento de suas qualidades morais e
intelectuais. A existência terrena significa apenas um lapso de tempo frente a
eternidade do espírito, mas é de suma importância para o seu aprendizado. Somente
em contato com a matéria pode o espírito através dos estímulos inerentes ao
mundo físico despertar as qualidades latentes do seu patrimônio de origem e
desenvolvê-los até a sua plenitude, isto é, até atingir o máximo
desenvolvimento de suas qualidades. Por essa razão, o ser humano ainda em
estágio neste planeta deve aproveitar o máximo das oportunidades que se lhe
deparam a fim de prosseguir no seu crescimento espiritual, considerando que a
passagem por este mundo é transitória e de pouca duração, pois a verdadeira
vida é a espiritual que é eterna. Sendo assim, é de capital importância definir
quais são os bens verdadeiros que poderemos leva-los conosco para o além-túmulo
e quais os bens transitórios que deverão permanecer neste mundo. Na verdade, os
seres humanos precisam de bens materiais para a sua sobrevivência e progresso,
mas sabendo de antemão que tudo o que pertence à matéria ficará retido neste
mundo após a morte física. Sendo assim, é vital a nossa escolha quanto aos bens
que desejamos a fim de que não percamos a existência terrena em busca de
valores que não nos servirão no mundo espiritual. Todavia, o que acontece
atualmente é justamente o contrário, isto é, os homens se empenham febrilmente
na aquisição de bens puramente materiais se esquecendo de que esses bens não
lhe pertencem em definitivo uma vez que deve deixa-los pela morte. Essa
obsessão pelos bens materiais e pelo poder mundano desviou a maior parte da
humanidade de seu verdadeiro destino que é a sua perfeição espiritual e se
chafurdou na lama das paixões inferiores que a levará para a sua própria
derrocada e porque não a sua destruição. O homem atual esqueceu-se de sua
origem e de seu destino e caminha como um sonâmbulo comandado pelos apelos do
mundo sem qualquer ideal ou propósito elevado que possa justificar a sua
existência. Na verdade, os homens se afastaram de Deus que é o seu Criador e
que traçou uma meta para a sua existência como herdeiro do Seu Reino e ao invés
de seguir o seu destino verdadeiro se perdeu no emaranhado de suas paixões
inferiores e agora se comporta como um proscrito nos ditames da vida.
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